Nha Fifi

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Não sei quando comecei a ouvir histórias, mas sempre me fascinaram e conseguiam me prender a atenção. Os primeiros momentos de que me recordo eram nas férias de verão escolares. Naquele tempo (😉 nem acredito que estamos a falar dos anos 80) tínhamos 3 meses, bem 3 de férias e ia muitas vezes passar uma temporada com a minha avó Fifi.

Nha Fifi como era chamada vivia sozinha num casarão de família cujo pai lhe tinha deixado na vila do Tarrafal. Não havia muito que fazer senão os banhos de praia o dia todo seguidos do clássico passeio na praça à noite.

Muitas das noites eram preenchidas sentados na soleira da porta do grande quintal da casa a ouvir histórias de Nha Nininha, a senhora que fazia companhia à minha avó. A senhora desdentada e amiga sabia conduzir e aproveitar-se bem do contexto e adorava contar histórias de feiticeiras (histórias reais segundo ela) até de madrugada sempre à luz do luar com os roçar das folhas das plantas de cana-de-açúcar na horta ao sabor da brisa noturna.

Não se via nada pois, em tempos, a eletricidade era limitada e o gerador da vila que era controlado pelo Sr. Afonso era ligado exatamente às 18h e taxativamente apagado às 22h. Então depois das horas de luz elétrica somente a famosa cafuca era usada.

Imagino que Nha Nininha, assim como os contadores de histórias tradicionais tenha apreendido com a avó ou outras pessoas de idade. Como acontece com frequências as histórias giravam à volta de valores que se violados conduziam a punições ou quando respeitados garantiam o final feliz.

Desde que o homem existe as histórias serviram para passar a explicação do mundo, estabelecer valores e regras de vida e ensinar.

E, sabem, que embora as nossas experiências com histórias são quase sempre na infância e ao crescermos tendemos a minimizar as histórias como coisas de crianças o que estamos mesmo é deixando para trás uma poderosa ferramenta para comunicar.

E não por acaso, quando começaram as transmissões televisivas e o meu pai trouxe uma pequena TV à minha avó a sala dela enchia-se de gente agora para ver as histórias na TV.

A TV, os cinemas não sentem vergonha das histórias e é como ganham rios de dinheiro, contando histórias. Mas, por alguma razão alguns não vêm o potencial de comunicar com histórias para avançar a sua carreira seja em como lidera ou coordena equipas ou mesmo fazendo apresentações com histórias.

Por isso, fizemos este ebook para partilhar contigo “como contar histórias” sejam nas tuas apresentações profissionais, reuniões de trabalho, motivar e liderar tuas equipas e porque não também no teu tempo pessoal e familiar.

Categorias: Histórias