Aquando da corrida espacial (a conquista do espaço) entre os Americanos e os Russos, os cientistas Americanos debatiam sobre como permitir aos astronautas no espaço sem a gravidade escreverem com as suas canetas para tomarem apontamentos do que viam e observavam no espaço.

 

Então, a NASA criou um projeto específico para este desígnio, com engenheiros mecânicos, hidromecânicos e vários outros profissionais. O projeto veio a custar milhões de dólares mas fez uma caneta espetacular que poderia escrever mesmo de cabeça para baixo sem o problema da tinta das canetas normais que de cabeça para baixo acabam por não escrever.

 

E mais, a “caneta espacial” como foi designada podia até escrever debaixo da água.

 

Os russos que também estavam na corrida espacial debateram-se com o mesmo problema, mas conseguiram resolvê-lo de forma muito mais simples, deram aos astronautas “lápis” para escreverem e gastaram apenas alguns escudinhos.

 

 

Qual a diferença entre os americanos e os russos nessa ocasião?

 

Os americanos pensarão segundo o padrão: Como fazer uma caneta escrever aonde não há gravidade?

 

 

Os russos saíram fora do padrão da caneta e perguntaram: Como escrever aonde não há gravidade?

 

Padrões não são por natureza maus pois podem salvar as nossas vidas e ajudar-nos a apreender e a lembrar.

 

 

Pensa como é fácil para nós lembrarmos os meses do ano: Janeiro, Fevereiro, Março, Abril, Maio, Junho …, mas tenta dizer os meses do ano por ordem alfabética.

 

Uh? Ordem alfabética? Abril, Agost.., como? Aí as coisas não parecem tão fáceis e imediatas.

 

 

Todos sabemos os meses do ano, os dias da semana mas do momento que nos é pedido de cita-los “fora do padrão” em que nós os aprendemos nos vem um nó no estômago.

 

 

Os padrões são bons em salvar nossas vidas, basta que penses nos pilotos de aviões que recebem treinos e simulações para que durante essas sessões consigam reagir segundo “os padrões” que garantem a segurança dos aviões.

 

Ninguém quer que um piloto vá aprender ou inventar algo durante o voo de um Boeing cheio de passageiros. Quer-se que o piloto aprenda, aprenda o máximo de situações delicadas em simuladores e que lhe entre bem na cabeça os padrões que garantem a nossa segurança como passageiros.

 

 

Por outro lado, padrões impedem-nos de pensar com clareza quando vivemos num ambiente em mudança, em que os problemas e situações que se nos deparam não têm um histórico e não podemos confiar no que funcionou no passado e aplicar.

 

Existem momentos e situações que pedem revoluções, novas formas de pensar e agir sem remorsos e temores de não sabermos a resposta.

 

 

O nosso tempo, o tempo de agora pede-nos que nos interroguemos sobre muitas coisas e porquês pois não existem “padrões” passados que nos ajudam e nos deem as respostas. Esse tempo demanda que estejamos confortáveis no questionamento do porquê fazemos as coisas de determinada forma no trabalho, na nossa vida pessoal e social.

 

 

O nosso tempo demanda clareza no pensamento, e para se ter clareza teremos de deixar de lado os padrões (de vez em quando) e focalizar a nossa atenção em perguntas e questões (como, porquê, quando? …).

 

 

Os desafios e problemas do nosso tempo pedem que tenhamos um pensamento produtivo em vez de pensamentos reprodutivos (reproduzir respostas a padrões aprendidos no passado).

 

Vivemos o tempo das perguntas.

 

 

Aquele abraço,

 

Nuno

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