Não é o que dizes, é sobre o que eles ouvem

 

Podes ser campeão a observar e determinar o que a tua plateia quer ou espera e analisar em profundidade o contexto da tua apresentação, mas, precisas ter uma mensagem concreta e válida senão de nada vale.

 

Havia um professor de jornalismo que estava a ensinar aos seus estudantes como fazer as introduções às notícias, e sabendo que estes tinham um jornal universitário, lhes desafiou a escrever o título e introdução da notícia de acordo com uma nota de imprensa:

 

Quinta-feira próxima todo o pessoal docente da Universidade vai estar num workshop sobre novas práticas pedagógicas. O referido workshop é patrocinado pelo Banco Mundial e será presidido pelo Ministro da Educação. O workshop será na sala de conferências do Hotel Prestige e durará o dia inteiro.”

 

Após dar tempo aos alunos para analisarem a nota de imprensa começou a pedir ideias de títulos. Alguns desses títulos foram:

 

“Ministro de Educação preside workshop sobre novas práticas pedagógicas”;

“Docentes são capacitados com as novas práticas pedagógicas”.

“Banco Mundial financia workshop sobre práticas pedagógicas”.

“Novas práticas pedagógicas apresentadas no Hotel Prestige”.

 

Mas, o professor não estava convencido com os títulos propostos e incentivou os alunos a trazerem outros. Após algumas tentativas na mesma linha ele lhes revelou qual podia ser um título apelativo:

 

Quinta-feira não há aulas”!

 

Alguns discordaram dando várias justificações, mas, acabaram por se convencer com a argumentação do professor: para um jornal de estudantes em verdade qual é a notícia, é que não vão ter aulas porque todos os professores estariam no workshop. O que interessa ao público estudantil não tem nada a ver com o que a nota de imprensa diz.

 

O que interessa não é o que dizes, mas sim o eles ouvem.

 

A regra número 1 para quando estiveres a escrever o teu conteúdo da apresentação é a simplicidade. Simples não quer dizer que seja estupido ou sem substância.

 

Simples quer dizer encontrar o que é realmente o “coração” da tua mensagem e tentar traduzir numa frase concreta e que tenha uma associação com a tua plateia trazendo o que significa para ela.

 

Por isso, muitas vezes nesta newsletter nos referimos a provérbios.

 

“Mais vale um pássaro na mão de que dois a voarem”;

“Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”;

 

Os provérbios são simples, profundos, concretos e vão ao “coração” do significado. Quando ouvimos – mais vale um pássaro na mão de que dois a voarem – o “coração” é que não devemos deixar o que está garantido para perseguir algo ilusório. O outro provérbio – água mole em pedra dura tanto bate até que fura – nos traz a ideia chave (coração) das virtudes da paciência.

 

Repara que os provérbios nos trazem também o que seria a regra número 2 da comunicação de excelência – são concretos! Quando alguém cita “Mais vale um pássaro na mão …” nós visualizamos algo concreto, não é um conjunto de palavras abstratas e vazias.

 

Em conclusão, as tuas mensagens precisam dizer o que as pessoas querem ouvir e para teres sucesso podes iniciar escrevendo uma mensagem simples e concreta que traduz o que significa para a plateia o tema da tua apresentação.

 

Nos próximos artigos veremos mais atributos que ajudam a construir uma mensagem com impacto.

Aquele abraço,

Nuno

Categorias: Comunicação