Dizem que o grande naturalista e professor Louis Agassiz da Universidade de Harvard gostava de fazer um teste com os novos estudantes que ficou conhecido como “Observa o teu peixe”. Ele tirava um peixe de um jarro e metia à frente do estudante em cima de um pano na sua mesa e lhe deixava com a frase “Observa o teu peixe”.

 

Mais tarde, de regresso, perguntava ao estudante: o que viste? O estudante dizia que não tinha visto muito, e ele então deixava-o outra vez com a frase “Observa o teu peixe” e ia-se embora.

 

Esse ritual poderia durar por dias e dias e os estudantes sem compreender o que queria deles o professor. Aos poucos iam descobrindo que o peixe tinha duas barbatanas, uma de cada lado, tinha órgãos aos pares e assim por diante e ao dizer isso, o professor anuía “claro, claro” e deixava-os com a frase “Observa o teu peixe”.

 

Muitos de nós quando temos uma apresentação a fazer ou um problema por resolver saltamos logo para o PowerPoint ou começando a elaborar uma solução sem investir o tempo para “Observar o nosso peixe”.

 

Ao preparar a nossa apresentação temos que dedicar o tempo a perceber o contexto do tema para o público-alvo da apresentação, “observando” com olhos de ver o que realmente está em jogo.

 

Se somos convidados a falar sobre algum tema para uma determinada plateia devemos tentar “observar” o tema do ponto de vista de quem vai lá estar (o teu público) para entender quando se fala no tema o que eles “observam” e esperam, e como essas “observações” os faz sentir (que emoções despertas).

 

Para garantir uma apresentação de sucesso devemos também “observar” como é que o público se interpretará e agirá entre si. Afinal, muitas vezes, vamos para uma apresentação não para ouvir ou saber sobre o tema, mas sim porque fulano ou sicrano vão estar aí (os interesses em jogo dos participantes e o fazer parte do ambiente).

 

Alguém poderia estar a ir para um atelier ou workshop porque sabe que terá a oportunidade de ver ou falar com o Administrador da empresa XYZ, ou o Ministro ABC que poderão lhe abrir as portas de que precise (seja em termos de vendas ou de influenciação).

 

Outra pessoa estaria indo para o evento para “observar” quem esteve a conversar com quem, ou quem sentou-se na primeira fila ou quem chegou atrasado, para dessas “observações” tentar perceber e deduzir o porquê está acontecendo isso ou aquilo na sociedade ou no ambiente de trabalho.

 

As nossas “observações” não podem ficar por aí. Convém “observar” se seremos sozinhos a apresentar ou estarão outros e tentar perceber o porquê o anfitrião do evento resolveu convidar seja nós como também os outros apresentadores. Todas as pessoas têm uma agenda, e a do anfitrião tem que ser bem “observada” (o porquê da realização do evento).

 

“Observar” a agenda do anfitrião deve ser feito analisando um contexto temporal para entender o que originou a realização do evento (será uma resposta ou reação a algo que aconteceu num passado ou estará a antecipar algo num futuro). A agenda tem um objetivo que pode estar na sua fase generalista ou específica e um bom apresentador investe tempo em “observá-la”.

 

O anfitrião, como pessoa ou profissional poderá deixar transparecer as suas intenções e objetivos se levarmos tempo a “observar-lhe” em termos de como nos relacionamos (no caso exista um relacionamento anterior) e “observando” o como, o quando e o quê nos propõe para apresentar.

 

“Observa o teu peixe” no trabalho, na Televisão, nos Jornais, na Internet, em família, com os amigos e descobrirás que muitas coisas se passam sob o teu nariz sem que te dês conta.

 

Esses pequenos parágrafos servem para vos inspirar na “arte da observação” seja na preparação de uma apresentação, na abordagem a algum problema ou vivendo as nossas vidas, pretendendo tão-somente alertar que muitas vezes com uma “observação” direcionada e paciente conseguimos uma maior compreensão e introspeção do mundo em que estamos podendo colher assim melhores benefícios para as nossas vidas.

 

 

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Aquele abraço