The name is BOND (silêncio), James BOND

A forma como falamos durante a apresentação tem o seu peso no sucesso
da mesma. Aristóteles, muito tempo atrás definiu as táticas para convencer sobre o nosso ponto (a retórica).

Mas, como a arte da retórica é muito vasta, vamos apresentar aqui algumas táticas simples para fazer passar o teu ponto. Começando com a enfâse.

Diz em voz alta esta frase: “Eu acredito que todas as pessoas têm direito a rir“.

Se disseres a frase num tom normal e medirmos a tua voz num gráfico vai aparecer como a figura em baixo (uma linha plana):

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Isso é como as pessoas falam com frequência quando estão nervosas. Mesmo se falarem em voz alta o tom é sempre monótono e plano pois não metem enfâse.

 

Agora diz a mesma frase outra vez com enfâse na palavra em maiúsculas. Diz a palavra em maiúsculas duas vezes mais alto e prolonga-a no tempo mais do que as outras:

 

“Eu acredito que TODAS as pessoas têm direito a rir”.

 

Neste caso terias um gráfico de tonalidade da voz com um impulso na palavra a que foi dada enfâse.:

Estás a meter energia na palavra, e essa energia cria um novo tipo de significado à tua frase. Podes mudar o ponto que queiras fazer simplesmente mudando a enfâse nas palavras.

Tenta dizer em voz alta a mesma frase metendo enfâse na palavra em maiúsculas dizendo-a duas vezes mais alto e mais prolongado:

 

“Eu ACREDITO que todas as pessoas têm direito a rir”.

 

 

“Eu acredito que TODAS as pessoas têm direito a rir”.

 

 

“Eu acredito que todas as PESSOAS têm direito a rir”.

 

 

“Eu acredito que todas as pessoas TÊM direito a rir”.

 

 

“Eu acredito que todas as pessoas têm DIREITO a rir”.

 

 

“Eu acredito que todas as pessoas têm direito A rir”.

 

 

“Eu acredito que todas as pessoas têm direito a RIR“.

 

 

Muitos apresentadores “enterram” a sua enfâse. Podes ganhar muitos pontos com a tua plateia metendo energia na maneira em como falas. O objectivo é usar enfâse para ajudar a clarificar os pontos da tua apresentação.

Grandes apresentadores usam diferentes tipos de enfâse como por exemplo repetição nas palavras, pausas, gesticulação com as mãos, ou mesmo falando num sussurro. Há um conjunto de “táticas” usadas pelos grandes que muitas pessoas nem notam.

Fazer silêncio ajuda a passar a tua mensagem e fazer enfâse também.

Muitas pessoas têm medo do silêncio nas suas apresentações, e tentam “preencher” os silêncios com “uhmm, ahmm” durante a sua apresentação. Não precisas ter receios do silêncio que ele é bom na tua apresentação.

O silêncio cria uma base de energia na sala. Às vezes quando a sala está em silêncio a plateia presta mais atenção do que quando estiveres a falar.

Se estiveres constantemente a “encher” o ar com os teus sons, a mente e os ouvidos da plateia não vão ter tempo para pausas. Essas pausas são necessárias para que ela assimile o que estás a dizer.

Se o que estiveres a dizer for persuasivo e interessante, a plateia tem que ter tempo para digerir. Muitos de nós também com frequência toma notas, mesmo se forem somente mentais, e precisamos de tempo para tal.

Se estiveres a explicar o ponto A e passares imediatamente para o ponto B, a plateia vai inevitavelmente esquecer-se de alguma coisa do ponto A, pois não tiveram tempo de digerir o ponto A. Ao mesmo tempo vão ter dificuldade se este é o início do ponto B.

Recapitulando, quando estiveres a apresentar recorda-te de como 007 usa a enfâse e o silêncio na frase “The name is BOND (silêncio), James BOND”, para garantir o teu SUCESSO!

Aquele abraço.
Nuno