Bastas vezes tentamos parecer interessantes em vez de mostrar-nos interessados. O que paga é interessar-se pelos outros e com a empatia que conseguirmos despertar é que nos tornamos interessantes.

 

As conversas que temos no nosso dia a dia, seja as pessoais, que nas reuniões mais parecem com um jogo de tênis em que não nos mostramos verdadeiramente interessados nos sentimentos e naquilo que o nosso interlocutor esteja a dizer ou pensar, mas estamos aí à espera de rebater com os nossos argumentos ou feitos (como num jogo de tênis).

 

Nas apresentações com frequência acontece a mesma coisa. Muitas vezes o apresentador quer parecer “superinteressante” e clama e proclama os seus feitos sob o risco de parecer egocêntrico e chato.

 

Isto tudo porque muitos apresentadores acham que devem ser interessantes, em vez de se interessarem pela sua plateia.

 

Em verdade, o que a plateia quer é ver um apresentador interessado. Interessado naquilo que ela quer, interessado nas dúvidas e questões que o tema que está a ser apresentado lhe levanta, interessado e capaz de mostrar empatia pelos medos e receios que o tema subjacente esteja a tratar (nas apresentações que tratam de mudanças sobretudo).

 

Em vez de jogar o tênis, devemos tentar jogar ao jogo do detective como o famoso Sherlock Holmes.

 

Como um bom detective o apresentador deve tentar descobrir quem a sua plateia é, indo mesmo no detalhe de nomes e ver caras dessas pessoas se possível.

 

O apresentador, assim como um detective deve imaginar quais dúvidas/receios e esperanças o tema da sua apresentação desperta na sua plateia.

 

Como “Sir Sherlock Holmes”, o apresentador deve investigar o que a plateia já sabe sobre o tema o que ela deveria saber e o que não sabe também.

 

Se bem se lembram, Sherlock Holmes não dispensava também uma visita ao local dos crimes, aonde muitas vezes conseguia construir o puzzle do crime. O apresentador deve tentar visitar o local da apresentação ou ao menos informar-se o máximo possível sobre a disposição da plateia da projeção, do apresentador etc.

 

Para resumir, ter sucesso nas apresentações passa muito pelo interesse que demonstrarmos pelos outros em vez de esforçarmos em parecer interessantes

 

– “Elementar meu caro Watson“.

 

O que mais achas que um apresentador de sucesso deve investigar?

Aquele abraço,

Nuno