O Chauffeur apresentador

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Depois de receber o prémio nobel da física em 1918 Max Planck foi fazer uma tournée de conferências pelas cidades alemãs. Em qualquer lado onde tenha sido convidado ele apresentava a mesma coisa sobre a mecânica quântica.

De tanto acompanhá-lo a várias cidades, escutando a mesma conferência um dia o seu Chauffeur (condutor) que já conhecia à memória a apresentação perguntou-lhe:

– Que tal se trocarmos de lugar hoje professor? Eu faço a apresentação e você se senta na audiência com o meu chapéu para ouvir.

Max Planck aceitou e o Chauffeur conduziu a conferência naquele dia. Ao terminar, durante a fase de perguntas e respostas um professor de física fez-lhe uma pergunta.

Após ouvir a pergunta que não percebeu o Chauffeur disse:

– Não esperava que uma audiência tão distinta e académica fizesse uma pergunta tão básica como essa. Vou deixar o meu Chauffeur aqui em primeira fila responder. “

Continuando a trabalhar na nossa história é importante não assumir que vais decorar a mesma, pois seria muitíssimo arriscado pois quando estiveres a entregar podes te esquecer do fio da meada e fazer figura triste. Uma outra forma poderosa de entrar na história é explorar o seu contexto (onde, os cheiros, os sons, o que a vista nos traz …). Quanto mais entrares na história, mais quem vai escutar vai também sentir-se envolvida e conectada com o que estiveres a comunicar.

Vamos pegar a nossa história dos “comitê dos ratos” e explorar o contexto? Agora tenta conta a história salientando onde na tua imaginação decorreu a reunião, como era, que sons, cheiros ou o que se via. Esta fase tem muito a ver com deixar a tua imaginação te transportar sem filtros e desta forma vais ganhar um entendimento muito mais sólido da tua história e vai parecer mais natural. Vamos lá?

Era no velho sótão da casa que o comitê resolveu se encontrar para resolver o problema do gato. O ambiente estava escuro e via-se no alto a fresta do telhado partido que deixava entrar a luz do luar. As paredes estavam cheias de teias de aranha e os ratos estavam amontados em cima de velhos caixotes onde os donos da casa guardavam as suas velharias. De vez em quando, a reunião era interrompida pelo miar do malvado lá em baixo que se ouvia até no sótão, havia um cheiro de mofo misturado com poeira e suor pois o espaço estava lotado de ratos ansiosos e a tremer de medo.

Esta atividade de explorar o contexto, vai fazer a tua história mais real e dar-te mais confiança no momento que estiveres a contá-la em público.