A moeda do imperador Tito

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Quando tinha 16 anos, fomos numa caravana desportiva para Mindelo jogar Basket, num navio que costumava fazer a rota entre Praia e S. Vicente, chamado “S. Antão”.

Nunca me esqueço, que ao amanhecer (a partida foi à noite), golfinhos brincavam e saltavam à frente do navio e outras vezes ladeando a nossa viagem.

A chegada em Mindelo, marcou-me também no momento da atracagem, quando senti o barulho das grossas correntes que deixavam abaixar a grande âncora de ferro, que fez estremecer tudo ao poisar no fundo da baía.

Lembrei-me desta história, depois de ter lido que na Roma antiga, o Imperador Tito tinha uma moeda que continha um golfinho e uma âncora.

Na época, o golfinho representava jogos e a âncora representava a estabilidade.

A ideia da moeda, é que devemos harmonizar a iniciativa (golfinho) e a sabedoria (âncora) ou o progresso e a cautela.

Nas apresentações de hoje, devemos seguir a visão da moeda de Tito, dando “asas à nossa imaginação” (criatividade) e tendo iniciativas com apresentações arrojadas, para saber balançar com as âncoras atuais.

Para a maioria das pessoas, o Powerpoint é a âncora que dá segurança ao apresentador, pois ele sente que já fez o seu trabalho para os organizadores de eventos, que estão sempre preocupados em ter o Powerpoint antes.

Muitas vezes, o aspeto “criativo” do golfinho é transcurado e assistimos, com frequência, a apresentações “chatas” e pouco emocionantes, que não conseguem atingir os seus objetivos (comunicar).

Embora seja ideia corrente, pensar que o “Powerpoint” é a âncora das apresentações (tem que estar omnipresente), eu penso que a nossa âncora deveria ser a nossa vontade e esforço na planificação, preparação e ensaio da apresentação, associando iniciativas criativas como contar histórias, falar em termos simples, concretos e visuais.

Afinal, no tempo dos imperadores romanos, não havia Powerpoint, mas não impedia o Imperador Tito de comunicar com grandes plateias romanas, tendo Roma sido o maior Império da nossa era.

Felizes Apresentações,

Nuno