A melhor lembrança do meu primeiro rodízio é um “filet mignon” bem fofo coberto com um creme maravilhoso de alho e natas. Fico de água na boca a ver esse “filet mignon”, foi em Fortaleza no Brasil.
Sobre este primeiro rodízio as outras lembranças não são as melhores pois quando saí sentia-me de tal forma “entuparrado” (nem sei se esta palavra existe) e cheio que fiquei desanimado.
Alguns anos mais tarde, sempre no Brasil, desta vez na Cidade do Rio, fui para um rodízio que me deixou só boas lembranças: ostras, camarão e óptimo vinho chileno.
A diferença entre as duas experiências reside no facto que na segunda vez “deixei pra lá” os vários pratos de batatinhas fritas, costeletas de porco, frangos assados, batatas no forno, feijãozinho preto, farofa, aperitivos vários e etc, e, ESCOLHI.
Na primeira experiência “fui com todas” e no final fiquei triste e desanimado. Não me interpretem mal, as batatinhas fritas, as costeletas de porco, os frangos assados, as batatas no forno, o feijãozinho preto, a farofa, os aperitivos vários são todos pratos deliciosos, mas, isso não significa que devia comê-los todos.
No rodízio das nossas vidas é a mesma coisa, devemos ESCOLHER, pois tudo pode ser bom mas não quer dizer que nos seja benéfico. Beber uma cervejinha com amigos ao ver o jogo é bom, levantar uma asinha para a gostosa é bom, parodiar até amanhecer é bom, dormir até tarde é bom, ver TV todo o dia é bom, mas não quer isso significar que fazer o que é bom nos seja benéfico.
Beber uma cervejinha pode até ser bom mas se depois tens que conduzir e dás de cars com a polícia a fazer-te o bafómetro pode te enviar para cadeia, levantar a asinha à gostosa pode ser bom mas pode prejudicar para a tua relação conjugal/familiar, parodiar até amanhecer é bom mas amanhecer com ressaca e ter que ir trabalhar cedo não é benéfico etc.
O meu ponto é que a vida tem muitas coisas boas sem que isso signifique que temos que fazê-las todas. Os empreendedores sofrem muito desse “vício”, estão sempre a ver oportunidades em todo o lado e não se concentram em especializar-se, vemos empreendedores que chegam no cliente para vender uma coisa e descobrem que o cliente não precisa daquilo mas de outra coisa e “como a oportunidade surgiu” imediatamente começam a vender a coisa, mesmo sem saber mesmo o que vai implicar para o seu negócio. A oportunidade pode até parecer boa mas não quer dizer que seja benéfica.
Exemplo, boutiques que abrem para dois dias mais tarde venderem também o arroz Tailandês pois está com saída. Se entrar alguém a procurar a sua roupa bonita e der de caras com o saco de arroz pensa que talvez não tenha entrado na boutique adequada. Pode ser bom mas não é benéfico.
As tuas aspirações pessoais e profissionais ditam como deves disciplinar a tua vida. Se tens um projecto de vida que vai levar mais 40 anos a realizar-se segundo os teus planos, estar na paródia bebendo litros de álcool ao som de “bafas”, batatas fritas, feijoadas e assim por diante todos os dias não vai-te ajudar a lá chegar (antes irás morrer de colesterol ou ataque cardíaco).
Se queres ter aquela promoção ou aspiras a atingir um determinado objectivo empresarial, passar os dias a ver Champions League, Liga Portuguesa, Liga Espanhola, Premier League e etc pode até ser bom mas não irá levar-te aos teus objectivos. Talvez, em vez de estar a fazer essas “coisas boas” deverias estar a estudar pesquisar para o teu desenvolvimento pessoal e chegar aos teus objectivos, aspirações e sonhos.
Se queres realizar os teus sonhos deves interiorizar que nem tudo que é bom na vida te ajudará a realizá-los, tens que ESCOLHER e saber dizer não algumas vezes.